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Clinton Medeiros

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Carnaval de Catolé do Rocha foi bom. Mas também precisa atender novos momentos

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Carnaval de Catolé do Rocha foi bom. Mas também precisa atender novos momentos

Opinião

Que bom, em 2023 voltamos a ter Carnaval, isso antes de tudo é reflexo da tranquilidade na questão de saúde pública depois de uma pandemia que causou tragédias em famílias e por consequência também cancelou eventos, como a própria festa mais popular do Brasil por dois anos.

Em particular em Catolé do Rocha o Carnaval havia sido realizado a última edição em 2020, e de lá pra cá o mundo mudou e o evento também vem tendo novos ciclos.

A festa catoleense deste ano teve acertos que dá para se observar.

Por exemplo, na quinta-feira a organização promoveu uma festa infantil, atingindo um novo público, os futuros foliões. Com isso segue a semente da tradicional festividade na cidade, e costume bom deve mesmo ser ensinado.

Também houve o acerto em realizar a tradicional prévia da sexta-feira, que antigamente era no BNB Clube e agora na Praça José Sergio Maia, de graça.

Na questão de segurança o Carnaval também foi aprovado pelo trabalho das forças como PM e Polícia Civil.

Organização também em logística sem o uso de mesas em meio à Praça do Povo ajudou bastante a mobilidade das pessoas e reforçou ainda mais a prevenção de acidentes.

AGORA VAMOS VER

Como tudo na vida, o Carnaval de Catolé pode melhorar. Primeiro é preciso entender, o evento é realizado desde 1989 em praça pública, já passou por três locais diferentes, por cinco prefeitos e várias gerações de pessoas, mas antes de tudo vem passando por mudanças e agora dá pra sentir um novo ciclo.

Nesse tempo o carnaval não foi realizado em, 1995, 2014, 2021 e 2022. O atual momento tem uma característica bem marcante que é a diminuição dos blocos/turmas.

Pra quem é de outra região, esses blocos em Catolé do Rocha são geralmente equipes de pessoas, sempre em média de 30 ou mais que fazem camisetas, compram bebidas, alugam sedes e dividem as despesas. Esse público era um ‘plus’ na animação do evento.

Com menos blocos o clima carnavalesco que tomava conta da cidade inteira, ficou mais resumido ao horário do evento na Praça do Povo, isso refletiu até em eventos particulares que tiveram público diminuído e o Carnaval tá quase uma festa comum. A prévia que citamos acima é tradicional na cidade e ocorria no BNB de forma privada, e na verdade hoje é difícil de se realizar com menos blocos.

Essa diminuição dos blocos é um dos primeiros riscos futuros ao Carnaval de Catolé, e não estamos pedindo que o poder público financie esse custo para as pessoas, mas trabalhe como um todo para fortalecer ainda mais o evento, o que pode ocasionar num efeito geral o crescimento, com isso recursos da indústria do turismo vindo para o município, na geração de empregos e valorização cultural.

Outro ponto a se destacar. Não dá para uma cidade com as carências e necessidades públicas como Catolé do Rocha, ter a Prefeitura investindo uma pequena fortuna em atrações para tocar no evento. Nada contra as bandas boas, elas precisam vir mesmo, mas deve-se buscar o financiamento desse custo.

Órgãos como Sebrae, PBTur podem ajudar na elaboração de projetos para conseguir financiamento pelos Ministérios da Cultura ou do Turismo. Ou também numa parceria público-privada, o Carnaval pode ser financiado por algum investidor, que venda marcas de publicidade no evento (como ocorre no São João de Patos, por exemplo) e com isso não transfere o custo para o folião pagar os ingressos e nem mesmo o uso de recursos municipais, sobrando assim para educação, saúde e infraestrutura.

Um facilitador Catolé do Rocha já tem, uma Secretaria de Cultura, que é voltada exatamente para o segmento da organização. Ainda lembrar da comissão do Carnaval que é formada para a festa e essa contou com pessoas experientes e pode ser um órgão colocado em ação mais cedo para o evento.

Na questão de público esse ano sem dúvida o Carnaval teve uma boa presença, as atrações foram o principal efeito disso, mas corremos o risco de num futuro a Prefeitura ter de entrar em leilão por artistas com outros eventos, Deus sabe lá quanto pode custar, já que esse mundo artístico está cada vez mais caro.

Indo de encontro a esse risco é importante lembrar que nos anos 90 e início dos anos 2000 as quatro noites no Carnaval em Catolé eram apenas duas bandas e a cada dia era mais cheio. O evento em si era forte, não só as bandas.

Por fim, a festa infantil na quinta-feira foi acertada como já dissemos, mas o Carnaval falta atender outros públicos. No período diurno porque não fazer um evento para pessoas da melhor idade. Espaço existe e com potencial, como a Praça José Sergio.

Outros eventos acessórios também cabem como um lançamento forte da festa, com presença de público, anúncio de patrocinadores, convite à cobertura da mídia e etc.

Uma outra opção que pode caber ser inserida são eventos em bairros, quem sabe nos finais de semana antes da festa, tudo cabendo num projeto, financiado, bem amarrado e elaborado, com lógica e atendendo aos públicos citados que hoje em dia não estão.

Enfim, essas são pequenas ideias que sei que os organizadores são inteligentes e capazes de pensar bem melhor que nós e com isso o Carnaval de Catolé ainda pode ser mais eficiente. Para a edição que tivemos em 2023 a aprovação passou na média, mas é preciso fazer mais com menos.

Quem venha a folia de 2024.

A crítica construtiva da imprensa independente é melhor do que só o bate palma de quem é amigo do poder…

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