Plácido Ferreira Veras. Falando assim, poucos amantes do futebol paraibano saberão de quem se trata. Mas o nome “Guiné”, com certeza, mexerá com alguns torcedores trezeanos. É que o ex-jogador marcou história com a camisa alvinegra, sendo um dos fundadores do clube e autor do primeiro gol da história do Galo.
Por que Guiné?
Plácido Veras ganhou esse apelido devido a sua habilidade dentro de campo, que fazia lembrar o guiné, ave difícil de ser capturada.
Quem foi Guiné?
— Nascido em São João do Cariri, em 1907, ele era tipógrafo de profissão, participou da histórica reunião do dia 7 de setembro de 1925 (quando o Treze foi fundado) — detalha o historiador Mário Vinícius.
Nos dois casamentos que teve, Guiné teve 10 filhos. Creusa era a caçula e detalha a relação entre pai e filhos.
— Era um pai presente. Criou esse monte de filho, tudo com ele na frente, resolvendo tudo, ajudando, orientando, sempre foi assim. Na época, ninguém ganhava dinheiro; eles pagavam para jogar. E pai era muito feliz. Ele gostava de fazer isso”
Orgulho da família
Para os genros e noras, que foram aumentando a família, ter Guiné ali ao lado sempre foi motivo de muito orgulho.
— Guiné é uma figura conhecida na Paraíba, no Brasil, especialmente em Campina Grande. Então, eu, torcedor do Treze, já sabia quem era Guiné. E estar ao lado dele, era motivo de expectativa das pessoas — explica Antônio de Queiroz Gonçalves, genro de Guiné.
— O jogo foi disputado no Campo dos Currais, onde hoje está o Mercado Público de Campina Grande. Isso foi no dia 1º de maio de 1926, aos 15 minutos da primeira etapa. Ele falava que driblou dois jogadores, passou por mais dois na corrida e, quando o goleiro saiu, ele chutou a bola no canto esquerdo, decretando o único gol daquela partida — relembra Mário Vinícius, especialista na história do Treze.
Ainda durante aquele contexto, em 1925, durante a fundação do Treze, Guiné participou de forma direta em um aspecto que caracteriza e orgulha o torcedor do Galo até hoje, que é justamente a camisa do clube: as cores preto e branco. Se o clube, hoje em dia, é alvinegro, é graças ao ex-jogador.
— Em todo canto, quando alguém pergunta por que time eu torço, eu digo que torço pelo Treze e completo dizendo que eu sou neto de Guiné, que fez o primeiro gol do clube, e o pessoal gosta de perguntar sobre o Treze”.
— Seria dele a ideia de as cores do Treze Futebol Clube serem preto e branco, fuginco da tradição que existia na época de fazer clubes de futebol com as cores azul e branca, vermelho e verde.
Para a família, ficou o legado. Um dos clubes mais tradicionais do Nordeste e conhecido internaiconalmente e ver o Treze em campo é uma eterna lembrança de quem começou essa brilhante e apaixonante história.
Paixão de Guiné pelo Treze
Guiné foi um eterno apaixonado pelo Treze. No início dos anos 1990, ele concedeu uma das últimas entrevistas à TV Paraíba. Um homem simples, que não possuía vaidade por ter ajudado a fundar o clube, mas sabia o tamanho do feito.
Informações com Globo Esporte PB