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Prefeituras da Paraíba gastam milhões com festas, mesmo decretando emergência

Economia

Prefeituras da Paraíba gastam milhões com festas, mesmo decretando emergência

Como assim??

Os dados mais recentes divulgados pela Agência Executivo de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa-PB) mostram que apenas 11% dos reservatórios monitorados pelo órgão são considerados em situação crítica. Nenhum deles, no entanto, se encaixam entre os principais mananciais responsáveis pelo abastecimento no Estado.

Mesmo assim, prefeituras de 140 municípios solicitaram ao Governo do Estado o reconhecimento de situação de emergência. O motivo: estiagem. O pleito foi atendido e o decreto terá vigor de 180 dias.

A população de menor poder aquisitivo tem o padrão de sobrevivência ainda mais afetado em função da carência de água, demandando do Poder Público o restabelecimento da normalidade nas regiões afetadas”, diz trecho do decreto.

Apesar da situação considerada “crítica” e “preocupante” por parte dos gestores, as festas juninas, de padroeiros e os aniversários municipais não serão afetados. Ao contrário, os palcos luminosos deixarão de lado os problemas alegados pelas prefeituras. No holofote, artistas que chegam a cobrar R$ 600 mil para uma única apresentação de 80 minutos, como é o exemplo do show de Wesley Safadão. O cearense foi contratado para animar o aniversário de Pombal, no Sertão do Estado, no dia 25 de julho de 2023.

Para justificar o contrato, a gestão Dr. Verissinho (MDB) disse que Safadão “é reconhecido nacionalmente e pelo público pombalense no qual possui uma excelente aceitação, especialmente pelo estilo musical (forró estilizado e romântico), motivo pelo qual, a mesma consegue atrair admiradores de vários municípios da região e de outros Estados, contribuindo para o engrandecimento da festa”. Na mesma festa, a tradicional Calcinha Preta cobrou R$ 150 mil.

Esse é apenas um retrato de quanto deve ser gasto por alguns municípios que também alegam dificuldades provocadas pela “seca”. Um levantamento feito pela reportagem do Portal MaisPB mostra que pelo menos 19 municípios vão gastar mais de R$ 6,1 milhões com as festas.

Em Santa Luzia, no Sertão, os valores também chamam atenção. Com grandes nomes do cenário musical nacional, a programação custou caro aos cofres públicos. Fenômenos do sertanejo, Ana Castela e Luan Santana vão receber R$ 375 mil e R$ 500 mil, respectivamente, pelas apresentações. Também subirão nos palcos: Taty Gril (R$ 180 mil), Murilo Huff (R$ 350 mil) e Walkyria Santos (R$ 100 mil).

A festa em São Mamede também promete ser animada. Pegando o sucesso do Guanabara, Alanzim Coreano receberá R$ 50 mil. E tem mais. Júnior Viana (R$ 80 mil), Yuri Pressão (R$ 25 mil), Solange Almeida (R$ 120 mil), Juarez (R$ 15 mil), Calcinha Preta (R$ 190 mil), Jefferson Moraes (R$ 70 mil) e Jorge de Altinho (R$ 80 mil),

Do Sertão para o Brejo. Rodeada de mananciais com volumes dentro da normalidade, Araruna também pediu emergência pela estiagem. O frio de junho será aquecido pelo forró de Taty Gril (R$ 200 mil) e Pedrinho Pegação (R$ 120 mil).

Mesmo sendo a última entre os santos de celebrados em junho, a Festa de São Pedro também não passará por despercebida para quem gosta de forró. Em Condado, a dupla Iguinho e Lulinha cobrou R$ 225 mil pela apresentação de 1h20 no dia 05 de julho. O motivo do contrato, segundo a administração Marcelo Bezerra, são os “excelentes repertórios”, alcance de visualização no Youtube, TikTok, Spotfy e Instagram.

Além deles, foram convidados Gil Mendes (R$ 65 mil), Walkyria Santos (R$ 85 mil)  e Toca do Vale (R$ 120).

Banhada pelo Rio Paraíba, Barra de Santana também disse sofrer com a falta de água. Mesmo assim, pagará R$ 180 mil a Taty Girl, como mostra o contrato assinado pela prefeita Cacilda Farias.

Um dos nomes mais conhecidos da musica nordestina, Xand Avião foi contrato, de forma exclusiva, para cantar na Festa da Padroeira de Arara, em 05 de setembro. O valor, R$ 350 mil. Mesmo valor pago pela Prefeitura de Catolé do Rocha ao cantor Nattan, que se apresenta no dia 28 de maio no aniversário municipal.

Esses são alguns dados que mostram que a seca manifestada pelos gestores parecem não ser tão semelhantes quanto ao derramamento de dinheiro para apresentações. Prioridades.

Informações por Wallison Bezerra – MaisPB

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