Pelo menos três clubes estão de olho no decorrer da denúncia feita pela Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB), que quer o rebaixamento do Treze e a consequente perda do título, alegando que o Galo entrou com uma ação na Justiça Comum antes de esgotadas as instâncias desportivas, o que é vedado pelo ordenamento jurídico desportivo no país e até no estatuto da Fifa. Botafogo-PB, Sousa e Queimadense podem se beneficiar com uma eventual condenação do Alvinegro de Campina Grande, que por ora segue silencioso sobre o tema.
Belo, Dinossauro e Carcará acompanham com atenção o desenrolar do caso, que agora está nas mãos do relator, o auditor Anônio de Arruda, que dará o parecer sobre a denúncia assinada pelo procurador Alisson Carlos Vitalino. Em cerca de 10 dias, o julgamento deve acontecer. Até agora, esses três clubes preferem ficar mais como observadores do que entrar como partes interessadas concretamente.
A ação iniciou com uma Notícia de Infração interposta pelo São Paulo Crystal, outro clube diretamente interessado na mudança dos resultados do estadual deste ano. O Botafogo-PB, apesar de ter escolhido adotar uma postura cautelosa em termos jurídicos, tem certeza que o Treze cometeu uma irregularidade e espera que o TJDF-PB possa punir o rival.
— O Botafogo-PB não deve ingressar nos autos do pedido de exclusão do Treze do Paraibano, por ser ação do próprio TJD-PB. O clube vai acompanhar o caso e espera que haja respeito aos precedentes do tribunal — disse Guilherme Moura, um dos advogados do Belo.
O Sousa também acompanha o caso atentamente, mas vai na linha do Botafogo-PB. Para o Dinossauro, a Notícia de Infração do São Paulo Crystal e a denúncia da Procuradoria estão bem subsidiadas.
— A denúncia está rica em informações e não há detalhes para serem acrescentados. O Sousa vai aguardar os trâmites — analisou Fortunato Júnior, advogado do Sousa.
Quem quer entrar no TJDF-PB para ser parte interessada oficial no processo é a Queimadense. O presidente do Carcará, Humberto Lopes, revelou a estratégia do clube.
— Estamos nos movimentando e vamos entrar juridicamente, com certeza, tentar juridicamente se manter na elite do futebol Paraibano. Fácil não vai ser, mas temos casos em que já aconteceu exclusão, como o do Botafogo e o do Icasa, nas séries B e C. O nosso departamento jurídico já está providenciando para entrar como terceiro interessado — comentou.
O que quer cada clube?
O São Paulo Crystal entrou com uma Notícia de Infração no TJDF-PB, alegando que o Treze entrou com uma ação na Justiça Comum antes de esgotadas as instâncias desportivas. O Galo, de fato, entrou com uma ação, a fim de garantir a sua torcida no jogo de volta da final do Campeonato Paraibano, em Sousa, numa comarca em Campina Grande, além de uma ação que tinha o mesmo objetivo que foi ingressada no TJDF-PB. Em ambas, o Treze não teve êxito.
O São Paulo Crystal quer a exclusão do clube do Campeonato Paraibano, o que poderia tirar do Treze o título de campeão estadual e lhe colocar como rebaixado do torneio. Se isso, porventura, acontecer, o Tricolor do Engenho assume a vaga do Treze na Série D do Campeonato Brasileiro do ano que vem e também na pré-Copa do Nordeste. O Sousa seria o campeão paraibano e herdaria uma vaga direta na Copa do Nordeste de 2024. O Botafogo-PB seria o vice e passaria a ser um dos representantes da Paraíba na Copa do Brasil do ano que vem. E a Queimadense escaparia do rebaixamento, que ficaria com o Treze.
Informações com Globo Esporte PB
