O Jornal da Paraíba tem feito reportagens, que mostram o impacto das placas de energia solares trazendo benefícios ao Sertão da Paraíba. Um dos casos é, por exemplo, na produção de agroindústrias comunitárias nas zonas rurais como em São Bentinho.

Um Sertão fértil e de muitos sabores. São pés de manga, goiaba, acerola, melância e caju. Um Sertão resistente, que se recusa a negar a própria natureza. Um Sertão potente e produtivo.

É assim que muitos agricultores da Paraíba enxergam a sua terra nesse novo momento de descoberta de uma nova riquiza energética.

No Sítio Riacho dos Currais, a cerca de 10km de São Bentinho, o sol também é generoso. Afinal, estamos no Sertão, a 362 km da capital paraibana. Quando a chuva é constante o cenário é esse de muito verde e frutas. Em 2012, membros da associação da comunidade resolveram beneficiar as frutas. Transformá-las em polpa.

Em 2018, a fé e muito trabalho trouxeram parceiros e fruto foi parar no telhado da associação. São 10 placas solares fotovoltáicas, que passaram a projetar luz nas novas ideias de negócio dos 26 associados.

O agricultor Geraldo Almeida lembra que a além das frutas da propriedade da associação, o grupo compra dos sócios e dos vininhos e a´te de quem não é associado.

“Quem quiser vender vende. Hoje, é uma realidade muito boa, que, futuramente, a gente ampliando mais a agroindústria, com equipamento mais pesados, com certeza, a gente vai precisar ampliar essa parte de energia solar”, afirmou.

Atualmente, são fabricados 80 quilos de polpa por semana. Na cozinha comunitária, também são produzidos 120 quilos de bolo a cada 15 dias. A diversificação só foi possível com a diminuição do custo de energia.

“A gente tinha um custo alto. Num grande mês de produção, a gente pagava uma conta de R$ 400, hoje  agente paga 150. O que a gente gastava com energia, vai fortalecer outras coisas dentro do próprio grupo de produção”, comemora a agricultora Maria Lúcia Pereira, sócia da associação.

O sistema foi doado pelo Comitê de Energias Renováveis do Semiárido da Paraíba. Em todo estado, são 22 projetos contemplados. “Aqui no semiárido, que temos uma das maiores incidência solares do mundo, no entanto, a gente  só vê de outro lado, do lado do castigo. Mas, a gente está mostrando também que ele gera vida. A grande discussão e urgente é a das mudanças climáticas e os impactos aqui no semiárido. É isso que a gente está cobrando dos governantes. Políticas Públicas que venham justamente, contrapor, se adaptar a um novo mundo que está vindo por aí de forma muito diferente”, desabafa César Nóbrega, coordenador do Comitê.

Certos que de que sol sertanejo é parceiro na economia e na geração de renda, agricultores da região passaram a valorizar ainda mais os frutos que a natureza entrega quando é bem cuidada.

“Quando a gente via o sol a gente corria para sombra. Hoje não, a gente lembra logo da placa solar . Se não tá sol, às vezes minha esposa diz, vai gerar menos”, brinca Geraldo Almeida, agricultor.

Informações sobre financiamento de projetos

Um dos bancos públicos que tem investido em projetos de pessoas físicas e também jurídicas, principalmente no campo é o Banco do Nordeste. De acordo com o superintente na Paraíba, João Nilton Castro Martins, no que tange aos financiamentos individuais/isolados, na Paraíba foram financiados, em 2022 (até 30/12), no âmbito das energias renováveis, cerca de R$ 10,5 milhões para Pessoa Física e R$ 650 milhões para Pessoa Jurídica

“É importante destacar que muitas operações financiadas pelo BNB, no âmbito das energias renováveis – sob o guarda-chuva de outros programas de crédito, a exemplo do FNE  Verde e do FNE Inovação – são realizadas de forma integrada a outros investimentos, de modo que os valores totais aplicados para esse tipo de energia são superiores aos oficialmente divulgados pelo BNB”, explicou.

Segundo ele, para a agricultura familiar, as taxas de juros são pré-fixadas, a partir de 0,5% ao ano para Pessoa Física: os prazos são de até 08 anos, com até seis meses de carência.

E ainda “juros pré-fixados a partir de 7,5% a.a. e juros pós-fixados a partir de ipca + 1,70% a.a. para Pessoa Jurídica. Os prazos são de até 12 anos, com até seis meses de carência. Juros pré-fixados a partir de 9,5% a.a. e juros pós-fixados a partir de ipca + 3,66% a.a.

Informações com Jornal da Paraíba

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Last Update: 23 de janeiro de 2023