A imprensa teve acesso à colaboração do ex-secretário dos governos de Ricardo Coutinho, Waldson Souza, no Ministério Público Federal. Nele, Waldson apresenta os membros da organização criminosa e detalha a função de cada um, e afirma que a partir de 2011, Ricardo Coutinho criou um verdadeiro propinoduto para alimentar seu patrimônio. Confira trechos da colaboração:

RICARDO COUTINHO

Governador do Estado da Paraíba durante janeiro de 2011 a dezembro de 2018, era o chefe da Organização Criminosa em tela, de cujo cargo — e fazendo uso desse — formulava a composição e organização da OrCrim, designando papeis, determinando tarefas e sempre dando a última palavra sobre áreas de atuação da Organização, acordos, negociatas, modus operandi e valores de propina.

Nesse sentido, RICARDO COUTINHO, pessoa de temperamento agressivo e que sempre teve grande autoridade sobre seus subordinados, detinha o papel de realizar as negociações importantes, centralizando as tomadas de decisões sobre a atuação política da OrCrim, sobre a parte administrativa do governo estadual, e, principalmente, a parte financeira de cada pasta do Estado — principalmente as que envolviam grandes contratos — e que, partir do ano de 2011, criou um verdadeiro propinoduto, que alimentava financeiramente seu patrimônio econômico e suas campanhas eleitorais e de seus aliados políticos, via caixa dois.

GERVÁSIO MAIA

O atual parlamentar federal e na época deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba durante o biênio 2017-2018, se caracterizava como um dos aliados políticos mais próximos de RICARDO COUTINHO, era responsável pela cooptação de deputados para a base parlamentar e política, sua e de RICARDO COUTINHO, por meio de direcionamento de recursos de verba de gabinete.

Igualmente, utilizava-se de recursos públicos da Assembleia Legislativa da Paraíba para formar sua base eleitoral para o pleito de 2018, no qual concorreu e se elegeu deputado federal. Tal prática resta claramente evidenciada por meio da contraposição dos valores liberados a título de verba de gabinete para deputados estaduais que lhe apoiavam com os valores recebidos pelos demais gabinetes.

Ademais, recebia quantia periódica, repassada por LIVÂNIA FARIAS, por ordem de RICARDO COUTINHO, para fazer frente a gastos com deputados.

Outrossim, indicava pessoas a serem contratadas pelas Organizações Sociais que atuavam em parceria com o Estado, com o único fito de receber o salário, sem a devida contraprestação, tal qual LUCIANA GOMES VIEIRA DE ALMEIDA, nomeada Diretora Geral do Hemocentro e também contratada pela Organização Social ABBC, recebendo pela UPA Princesa Isabel.

Informações com Politika e Catolé News

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Last Update: 8 de dezembro de 2021

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