A primeira eleição parlamentar sem o financiamento de empresas mostrou que a busca pelas cadeiras federais foi a mais valorizada, com a escassez de recursos, que até 2014 eram abundantes. Pressionadas pela cláusula de barreira, as legendas investiram forte os recursos partidários e do fundo de campanha para eleger o maior número de parlamentares federais. Isso levou a um aumento do custo médio para conquistar os votos dos deputados eleitos no pleito deste ano.
Enquanto em 2014, o voto custou em média R$ 8,36, a disputa deste ano elevou a média para R$ 11,33 (considerando apenas a votação dos 12 eleitos na Paraíba). No total, este ano se gastou R$ 12,4 milhões na corrida para Brasília, enquanto no pleito anterior essa despesa foi de R$ 11,1 milhões.
O ex-senador Wilson Santiago (PTB) foi o deputado federal eleito que apresentou os maiores gastos na campanha deste ano: R$ 1,759 milhão. Obteve 86.208 votos, num custo médio de R$ 20,4 por eleitor convencido (não se trata de compra de votos, mas da despesa média que o candidato teve para levar sua campanha e convencer o eleitor a lhe apoiar).
Em segundo lugar no ranking das campanhas dispendiosas, está Wellington Roberto, que teve R$ 1,636 milhão de despesa para conquistar 107.465 eleitores (média de R$ 15,23 por voto). Em 2014, o deputado gastou R$ 2,224 milhões (R$ 21,23 para cada um dos 104.799 votos).
Este ano, após reforma do financiamento de campanha, os candidatos à Câmara Federal tinham um teto de R$ 2,5 milhões nos gastos eleitorais.
Dos seis deputados federais reeleitos, três aumentaram os gastos nas eleições de 2018: Efraim Filho (DEM) saltou de R$ 881 mil para R$ 1,286 milhão (46%); Pedro Cunha Lima (PSDB), de R$ 891 mil para 1,221 milhão (37%); Hugo (PRB), de R$ 736 mil para R$ 952 mil (29%).
Cadeira na ALPB custou menos
Segundo dados do Divulga Cand, a campanha para deputado estadual este ano foi mais magra na Paraíba, quando comparado com a disputa de 2014. O voto este ano custou em média R$ 7,23. No total, as despesas estaduais dos parlamentares eleitos somaram R$ 7,9 milhões, contra R$ 10,1 milhões do último pleito, queda de mais de 21%.
Os números de 2018 demonstram que as cifras não foram necessariamente revertidas em volume de votos. O deputado reeleito Caio Roberto (PR), por exemplo, foi o que teve o maior gasto na disputa deste ano: R$ 939 mil, contra R$ 295 mil da última eleição, um salto de 218%. Ele teve 28.344 votos, média de aproximadamente R$ 33 por voto recebido.
WallberVirgolino (PATRI), por outro lado, foi o segundo candidato com menor despesa neste pleito: pouco mais de R$ 23 mil, com uma receita de R$ 42 mil. O deputado eleito também foi o segundo mais bem votado, com 48.053 votos, custo médio de R$ 0,48 por voto.
Na avaliação do futuro parlamentar, unidade nas pautas defendidas durante a campanha e investimento nas redes sociais foram essenciais para o resultado alcançado.
Maioria dos eleitos reduz conta
Dos 20 deputados estaduais reeleitos, 12 diminuíram os gastos nesta eleição, quando comparado com 2014. Percentualmente, o deputado estadual reeleito, Inácio Falcão (PC do B), foi o que mais enxugou os gastos, quando comparados os pleitos de 2014 e 2018. Seguindo o caminho inverso, oito deputados estaduais reeleitos gastaram mais nesta eleição. O deputado Caio Roberto (PR) foi o que mais aumentou os gastos, quando comparados os dois últimos pleitos.
Dos atuais 36 deputados estaduais, oito não conseguiram a reeleição para a próxima legislatura na disputa eleitoral deste ano. Ao todo, esses parlamentares tiveram despesas que somam R$ 1.109.177,61.
O deputado Renato Gadelha (PSC) aparece na sequência com despesas superiores a R$ 264 mil, seguido do deputado Lindolfo Pires (Podemos), com R$ 129.979,83.
Confira quanto cada deputado gastou na campanha:
Anísio Maia (PT) – R$ 104.900,60
Antônio Mineral (PSB) – R$ 52.401,31
Janduhy Carneiro (Patriotas)- R$ 104.599,98
Jutay Meneses (PRB) – R$ 343.868,94
Lindolfo Pires (Podemos) – R$ 129.979,83
Renato Gadelha (PSC) – R$ 264.417,93
Trócolli Júnior (Podemos) – R$ 39.106,21
Zé Paulo (PT) – R$ 69.902,81