Na Livraria do Luiz, em João Pessoa, aconteceu recentemente o primeiro encontro de escritores e escritoras de Pombal. Uma oportunidade de se discutir os caminhos da criação literária da cidade, e homenagear os nossos pioneiros na literatura, a exemplo do primeiro pombalense a publicar um livro, o Sábio Manuel de Arruda Câmara. Nascido em 1752 e falecido em 1810. Tratou-se da publicação “MEMORIA SOBRE A CULTURA DOS ALGODOEIROS: MÉTHODO DE ESCOLHER, E ENSACAR, ETC”, em que autor propõe alguns planos novos, para melhoramento da cotonicultura. Este livro foi publicado em Lisboa, pela Officina da Casa Litteraria do Arco do Cego, 1799, 122 páginas, 21 cm, capa em cobertura de tecido, e traz um apêndice com ilustrações de máquinas utilizadas no descaroçamento, embalagens e tecelagem, além de tipos de pragas e variedades de algodão.

Depois de Arruda Câmara, o escritor pombalense que temos notícias é o grande Leandro Gomes de Barros, (1965/1918) príncipe dos poetas segundo escreveu Carlos Drummond Andrade, com mais de mil publicações.

Leandro Gomes de Barros é considerado o primeiro escritor brasileiro de literatura de cordel. No seu tempo, era cognominado “O Primeiro sem Segundo”, e ainda é considerado o maior poeta popular do Brasil de todos os tempos.

No início do século IXX, outros escritores se destacaram nas ruas de Pombal. Poetas e cronistas que não tiveram a oportunidade de publicar suas obras. Cito como exemplo os poetas Cazuza Ferreira, Anísio de Medeiros, Argemiro de Sousa, Belarmino de França e Silvestre Honório.

Chegando a década de 1950 aparece o poeta Lourenco de Oliveira Capuxu, que publicou três livros de prosas e poesias com poucos exemples editados, distribuídos entre amigos e parentes, principalmente na cidade de Caicó, onde foi morar ainda muito jovem.

Em 1945, Celso Monteiro Furtado 1920 a 2004, aos 25 anos, publica o seu primeiro livro, uma coletânea de contos que nada tinha a ver com o trabalho que o imortalizou, e que dispensa nossos comentários.

A década 1960, tivemos na literatura pombalense os pesquisadores Antônio José de Sousa, com a obra O GRANDE POMBAL e Wilson Nóbrega Seixas com O VELHO ARRAIAL DE PIRANHAS, Pombal. Além de diversas outras obras publicadas.

Muito embora a década de 1960 fosse uma época em que se lia muito em Pombal, não tivemos o surgimento de escritores da própria terra. Porém, a inauguração do Banco do Brasil trouxe a cidade de jovens inquietos que, descontentes com aquela inércia cultural resolveram agitar a cidade com suas ideias. Entre estes jovens destacamos José Bezerra e Everaldo Nobrega e Waldemar Solha. O tempo em que eles moram na cidade mudaram o nosso panorama cultural. Mobilizaram e agitaram Pombal escrevendo e encenando peças teatrais, as quais foram apresentadas tanto na cidade como fora. José Bezerra escreveu e mais tarde o livro “Fogo!”, transformando-o em roteiro do Filme “Fogo, o Salário da Morte”, rodado na ruas de Pombal. Waldemar Solha escreveu, dirigiu e atuou em “O Vermelho e Branco”, “A Canga” (O Crânio do Boi Acauã no Esqueleto do Angico). Muito os autores não sejam filhos naturais de Pombal, os seus trabalhos serviram de incentivo e inspiração para muitos escritores pombalenses, que vieram a aparecer nas décadas seguintes.

Entre tantos podemos citar, representando todos os demais que se arriscam nas veredas da literatura, o Tarciso Pereira, que é, sem dúvidas, o mais produtivo e completo escritor pombalense que surgiu nas últimas décadas.

A década de 1970 tivemos as publicações da poetisa Violeta Formiga e, fechando a década de 1980 o destaque foi a publicação do livro “Cangaceirismo e Coluna Prestes”, de autoria do escritor pombalense, Severino Coelho.

Da década de 1990 para frente e Pombal se transformou na cidade do interior paraibano com mais lançamentos de livros. Uma produção sempre independente, sem o menor incentivo do poder público, dificuldades comercialização e de distribuição, uma vez que em Pombal não temos livrarias, e as muitas papelarias da cidade se recusam a receber livros para a venda.

Parabéns aos escritores e escritoras de Pombal, natos contadores de histórias, que assim o fazem seja em Prosa seja em Poesia.

Relação de Escritores e escritoras de Pombal

Antônio Carneiro Arnaud

Antônio José de Sousa

Antônio Santana

Arimatéia (Teinha) Formiga

Belarmino de França

Celso Monteiro Furtado

Ciromar Santana

Clemildo Brunet de Sá

Cornélio Ferreira da Cruz

Elri Bandeira

Eronildo Barbosa

Expedito Santana

Flavio Carreiro

Francisco de Assis almeida

Francisco Sucupira

Francisco Vieira

Graça Bandeira

Helmara Wanderlei

Ignácio Tavares de Araújo

Ione Severo

Irani Medeiros

Jerdivan Nobrega de Araújo

Jose Dantas

Jose Romero de Araújo Cardoso (in memorian)

Jose Ronaldo

José Tavares de A. Neto

Leandro G de Barros

Luisinho Lima (Luis Lima da Silva)

Luizinho Barbosa

Manuel de Arruda Câmara

Maria Clemilde Mouta

Maria do Bonsucesso (Dona Cessa)

Nhô Lopes

Onélia Rocha Setúbal

Paulo Abrantes

Plinio Leite Fontes

Professor Arlindo Ugulino

Professor Gilberto Lucena

Raimunda Neves almeida

Raimundo Alves Almeida

Ronaldo Queiroga Rocha

Sebastião Formiga

Sérgio Kante (Genilson Dantas)

Severino Coelho

Socorro Queiroga

Sol Ramalho

Sonia Severo

Tarcísio Formiga

Tarcísio Pereira

Terezinha Almeida

Verneck Abrantes de Sousa

Vicente Candeia

Violeta Formiga

Washington Onias

Wertevan Fernandes

Wilson Seixas Nóbrega

 

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Last Update: 17 de julho de 2018