O deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP) faz parte da lista de nomes cogitados para disputar a presidência da Câmara em fevereiro de 2021. Pelo menos uma dúzia de nomes já estão colocados na disputa à sucessão do atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), entre eles deputados governistas, parlamentares da ala independente e um nome da oposição. Uma reportagem do site “Congresso em Foco” revela que a disputa é majoritariamente masculina e acrescenta que a vaga de presidente da Câmara nunca foi ocupada por uma mulher até a primeira metade da quinquagésima sexta legislatura. Aguinaldo faz parte do “Clube do Bolinha” que se reveza no comando da instituição.

O irmão da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) é líder da Maioria na Casa e disputa a vaga com um próprio companheiro de bancada, o deputado Arthur Lira, de Alagoas, líder do blocão, que reúne partidos do chamado Centrão. Da bancada evangélica está colocado o nome de Marcos Pereira, do Republicanos-SP e outra liderança apontada é o deputado Baleia Rossi, do MDB-SP. O nome levantado na oposição, que reúne partidos à esquerda no espectro político, é o do líder do PSB, AlessandreMolon (RJ). Outros postulantes são Elmar Nascimento (DEM-BA), Capitão Augusto (PL-SP), Marcelo Ramos (PL-AM), Fernando Coelho Filho (DEM-PE), Luciano Bivar (PSL-PE) e Fábio Ramalho (MDB-MG). O atual ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, deputado Fábio Faria (PSD-RN) chegou a ser listado como candidato, embora negue intenção de concorrer.

Os deputados, oficialmente, ensaiam o discurso de que não é hora para discutir o assunto, com o país enfrentando a pandemia do coronavírus. Nos bastidores, todavia, as articulações já foram deflagradas. Em meio à profusão de candidatos, apenas um nome feminino começou a circular: o da deputada Soraya Santos (PL-RJ). Seu nome foi citado pelo presidente Rodrigo Maia entre os cotados em entrevista ao programa Roda Viva. Soraya é primeira-secretária da Mesa Diretora, está no segundo mandato como deputada mas enfrenta resistências dentro da própria sigla e do Centrão, além de concorrência com nomes fortes e tradicionais. Maioria na sociedade, mulheres são subrepresentadas na Câmara, com 76 deputadas federais em um contingente de 513.

Nas eleições den2018, o número de mulheres eleitas cresceu 52,6% em relação a 2014, mas as mulheres representaram apenas 16,20% do total de eleitos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Com deputadas licenciadas, esse percentual hoje está inferior a 15%. No último pleito, Estados como Maranhão, Sergipe e Amazonas não elegeram nenhuma mulher para a Câmara dos Deputados. Em 2019, mulheres presidiram quatro das 25 comissões permanentes da Câmara. Este ano, apenas duas mulheres são líderes partidárias, ambas representando legendas de esquerda: a deputada Perpétua Almeida (AC) comanda o PCdoB e a deputada Fernanda Melchiona (RS) lidera o Psol. Em 2019, a deputada Joice Hasselmann(PSL-SP) ocupou a liderança do governo no Congresso por oito meses, um raro exemplo de liderança feminina na direita.

O deputado Aguinaldo Ribeiro é tido como um parlamentar proativo na articulação de bastidores dentro da Câmara Federal, mas não deverá contar com os votos maciços da bancada paraibana composta por 12 representantes. Há compromissos de deputados de alguns partidos com candidatos das respectivas legendas, como é o caso de Gervásio Maia (PSB) em relação a Alessandro Molon. Ribeiro, que ideologicamente é listado entre parlamentares conservadores, já foi ministro das Cidades do governo da presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores. Dilma rompeu com ele depois que Aguinaldo surpreendeu-a votando favoravelmente ao seu impeachment quando o processo foi discutido e apreciado na Câmara.

Conforme o jornal O Globo, ele é a alternativa número 1 do atual presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia.

Também no programa Roda Viva da Rede Cultura/TV Itararé, Rodrigo afirmou que “tenho uma relação muita próxima com o deputado Aguinaldo Ribeiro”.

CONCORRENTE FORTE – Num dos atos de pressão para sua substituição como líder da maioria na Câmara Federal o deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro contou com o padrinho forte que está disposto a “segurá-lo” no posto: o presidente da Casa. Passada mais de uma semana desde que um requerimento assinado por 11 líderes partidários foi encaminhado para que Ribeiro seja substituído pelo deputado Celso Sabino (PSDB-BA), o congressista paraibano permanece no posto. Maia e o líder do PP, Arthur Lira (AL) jantaram mas nem Lira desistiu de emplacar Sabino na liderança da maioria nem Rodrigo abriu mão de manter o aliado Aguinaldo na função.

Em matéria publicada no site “Congresso Em Foco”, Lauriberto Pompeu revela que como justificativa para que o requerimento não fosse aceito Rodrigo disse que ele não obedeceu aos trâmites estabelecidos pelo sistema remoto que a Casa tem adotado desde o início da pandemia do novo coronavírus. A solicitação foi encaminhada por e-mail e não por meio do sistema eletrônico interno do Poder. Defensores da indicação de Sabino afirmam que o regimento interno da Casa é maior que qualquer ato da Mesa Diretora e por isso defendem a validade do requerimento. Ainda assim, Arthur Lira tenta de novo reunir as 11 assinaturas, mas desta vez enfrenta mais dificuldades.

O Republicanos, que assinou a primeira lista, se recusa a assinar a nova. Um deputado do partido classificou como “errático” o movimento do líder do PP. “Achamos um movimento que só quem perde é o governo. Ficou uma coisa pessoal”. Lira e Rodrigo têm travado um embate. O deputado do PP de Alagoas deseja ser presidente da Câmara a partir de fevereiro de 2021 e, para isso, tem feito uma ponte entre governo e Congresso para nomeação de cargos. O presidente da Câmara, por sua vez, é próximo de Aguinaldo Ribeiro, que tem um perfil independente do governo. O deputado paraibano é relator da reforma tributária em discussão no Congresso.

Não obstante, eles têm se preocupado em dar demonstrações públicas de que não há conflito entre ambos. O deputado do DEM tem elogiado Lira em entrevistas coletivas e os dois participaram juntos de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na terça-feira. O deputado Aguinaldo Ribeiro é irmão da primeira senadora eleita pela Paraíba, Daniella Ribeiro, e filho do vice-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro, que acumula o posto com a presidência do Partido Progressistas na Paraíba. Em relação a Rodrigo Maia, o presidente Jair Bolsonaro tem escalado emissários para barrar qualquer articulação que ele venha a empreender no sentido de conseguir viabilizar reeleição ao cargo de presidente da Câmara. Maia não é tido como “confiável” ao Planalto, embora tenha desagradado segmentos da oposição por não colocar em pauta qualquer dos inúmeros pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar tem alegado que não tenciona fomentar crise institucional no país na conjuntura, agravando a crise sanitária provocada pelo coronavírus.

 

 

 

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Last Update: 26 de agosto de 2020