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Energias renováveis, destaque em Sousa e Pombal

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Energias renováveis, destaque em Sousa e Pombal

O Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa), com sede em Sousa-PB, celebrou, quatro anos de atividades. O Comitê é um coletivo do qual fazem parte várias organizações, pesquisadores e colaboradores. Fundado em julho de 2014 fruto da inquietação de ativistas ambientais, pesquisadores, organizações não-governamentais, reunidos e com a consciência de que o semiárido brasileiro dispõe de um dos mais altos índices de insolação do planeta, o que significa uma privilegiada potencialidade de contribuir com a produção de energia elétrica e térmica solar.

O objetivo do Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa) é mostrar o grande potencial energético do semiárido. É possível aproveitar os raios solares para gerar energia nos telhados de casas e, escolas, hospitais e prédios, beneficiando as pessoas e o meio ambiente. A energia solar fotovoltaica torna-se realidade como uma alternativa energética renovável, limpa e sustentável para o desenvolvimento da matriz elétrica do Brasil.

Comitê de Energias Renováveis do Semiárido de Sousa

“A data teve o objetivo de ir além das comemorações, mas proporcionar momentos reflexivos sobre avanços e perspectivas do trabalho realizado pelo Comitê de Energias Renováveis do Semiárido e instituições parceiras que buscam alternativas para promover uma vida mais digna para os sertanejos/as”, disse o coordenador César Nóbrega.

São parceiros do Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o projeto “Fortalecimento de alternativas em áreas vulneráveis aos efeitos negativos das mudanças climáticas no semiárido paraibano”, cujo nome fantasia é Semiárido Solar, Programa de Ação Social de Políticas Públicas (PASPP) da Diocese de Cajazeiras, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), ONG Germinar de Pombal, Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil (FNPE), Fórum Três Mais Um e Rede ODS Brasil.

Comitê de Energias Renováveis do Semiárido de Sousa

O Comitê é formado pelo advogado, marxista, militante ecossocialista, Júlio César Nóbrega Gadelha, professor mestre da UFCG, Paulo Abrantes de Oliveira, professor titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba com doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba, Walmeran Tríndade, professora  da UFCG, Ricélia Marinho, professora Lúcia Mara de Figueiredo, professor aposentado da UFCG, Antônio Nóbrega, membro do Programa de Ação Social de Políticas Públicas (PASPP) da Diocese de Cajazeiras Ayres Humberto, engenheiro agrônomo Irinaldo Araújo, professor do IFRN, Augusto Fialho, professor do IFPB, Eliezer Siqueira, professor do IFPB, Pedro Couto,  membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Antônio Cleides, antropólogo Robson Siqueira, psicóloga da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Vanúbia Martins

“As Prefeituras Municipais poderão proceder a elaboração de um Plano de Ação para disponibilizar o uso de fontes renováveis, em especial da energia solar, em locais como escolas, unidades de saúde e etc.”, disse César Nóbrega.

Paroquia Nossa Senhora Sant’Ana adere ao uso de energia solar

O Projeto Paróquia Solar do Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (CERSA), inaugurou, um sistema fotovoltaico instalado pela paróquia de Sant’Ana. A potência total instalada na igreja é de 40 kWp, sendo que 5 KWp foi uma doação do projeto Semiárido Solar. O restante foi adquirido com recursos da própria paróquia. O objetivo é que através do apoio do Comitê, da paróquia, e da Diocese de Cajazeiras, outras igrejas tenham a mesma iniciativa. De acordo com o Comitê de Energias Renováveis, a igreja Santana será a primeira na Paraíba e uma das pioneiras em todo território nacional a usar esse sistema.

Escola Estadual de Sousa é pioneira e inaugura sistema solar para fornecimento de energia

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Dione Diniz Oliveira Dias no Núcleo Habitacional II, Sousa-PB é a primeira escola estadual da Paraíba a inaugurar um sistema solar fotovoltaico interligado à rede elétrica. O projeto foi realizado em parceria com o Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa), o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, Misereor (entidade da Igreja Católica na Alemanha) e Cáritas Brasileira.

De acordo com César Nóbrega, coordenador do Cersa e integrante da Frente Nova Política Energética para o Brasil, são 12 placas de 3,2 KWp que vão gerar 350 KW hora por mês para a escola. “O fundamental nisso é que será também um instrumental pedagógico”, disse César. A primeira etapa do projeto começou em 2016, com a realização de oficinas e palestras com alunos e comunidade sobre matriz energética e mudanças climáticas. A segunda foi a implantação do sistema e a terceira etapa é trabalhar a gestão e eficiência energética.

Para o Professor Valmeran Trindade a instalação de um kit fotovoltaico, na modalidade de compartilhamento de energia, com uma família agricultora, assentada da reforma agrária, é uma experiência que tem como objetivo a quebra do paradigma de que a energia planetária é um tipo de mercadoria que serve, simplesmente, para a geração de capital.

Para o advogado César Nóbrega, aproveitar a energia solar fotovoltaica em telhados e fachadas de edifícios residenciais, comerciais, industriais, públicos e rurais é um negócio sustentável dos pontos de vista econômico, social e ambiental.

O Sertão Paraibano é uma região de grande radiação solar. Nele, atualmente, vem sendo desenvolvido um projeto para a produção de energia através da emissão de raios solares, beneficiando algumas cidades do semiárido.

O município de Pombal é destaque quando o assunto é energia limpa e renovável. O propagandista Josimar Oliveira da Silva, 31 anos, criou um carro de mão de propaganda volante alimentado por energia solar.

De acordo com Josimar, a ideia surgiu há três anos com o objetivo de economizar na conta de energia no fim do mês. Antes de utilizar o painel fotovoltaico, o propagandista carregava a bateria, e o seu consumo de energia chegava em torno de R$ 80,00 por mês. “Depois que eu comecei a usar placa solar, para não carregar mais no carregador, eu economizei cerca de 70% no bolso”, disse.

O carro é alimentado por uma placa solar de 60W que carrega continuamente a bateria e sustenta o equipamento de som, oferecendo sombra ao condutor. Com o veículo, Josimar percorre as ruas de Pombal, divulgando lojas e produtos.

“Eu trabalho o dia todo com ele, ao chegar tarde da noite eu desligo e a carga que estiver na placa trava. No outro dia que a placa pegar carga solar ela repõe a energia”, afirmou.

Energia solar é um termo que se refere à energia proveniente da luz e do calor do Sol. É utilizada por meio de diferentes tecnologias em constante evolução, como o aquecimento solar, a energia solar fotovoltaica, a energia heliotérmica, a arquitetura solar e a fotossíntese artificial. Na geração fotovoltaica, a energia luminosa é convertida diretamente em energia elétrica.

A energia solar está em crescimento no Brasil, tendo em vista que o país é um dos maiores níveis de radiação solar do mundo. É uma energia praticamente inesgotável, disponível diariamente, que requer pouca manutenção e que não polui nem causa impactos ambientais significativos. A região Nordeste apresenta os maiores índices de radiação solar do país, o que a torna um local de grande potencial para o sistema de energia solar. O Estado da Paraíba possui um potencial significativo para a geração de energia solar.

Uma região que apresenta potencialidade de energia renovável é o Sertão do Estado da Paraíba os estudos apontam para uma alta incidência de luz solar especificamente nas cidades (Coremas, Catolé do Rocha e Sousa), despertado o interesse de empresas para a instalação de usinas que utilizam o sol como fonte de produção de energia. O uso da luz solar para produzir eletricidade trata-se de uma fonte inesgotável e limpa, que não emite resíduo, não provoca desmatamento, alagamentos ou desvio de curso de rios, nem sinaliza para a possibilidade de vazamento de radiação, pois preserva o potencial da natureza para a produção de recursos renováveis.

Segundo Chigueru Tiba, professor e pesquisador do grupo de Fontes Alternativas de Energia (FAE) do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o noroeste da Paraíba é um dos melhores lugares do Brasil em relação à incidência dos raios solares. “Cidades como Sousa e Patos têm uma radiação média anual de 20 MJ/m². Em um mês como dezembro, por exemplo, quando tem muito sol, a Paraíba tem uma incidência de 24 MJ/m² ou 26 MJ/m²”, comenta. Megajoule (MJ) é uma unidade de medida de energia, também usada para aferir a incidência de radiação solar.

O professor e engenheiro eletricista, Walderan Trindade, explica que é possível sim colocar um sistema mais simples para captação de energia através de raios solares em qualquer casa. Segundo o professor, o investimento vai depender da quantidade de energia que é utilizada na casa, porque isso determina o tamanho do equipamento que será necessário.

Existem experiências exitosas de energia solar em Sousa em escolas, igrejas, empresas e cemitérios, hotéis e residências. Foi implantado um sistema de poço artesiano movido por energia solar no bairro Guanabara/Boa Vista para consumo da população local e para a limpeza do cemitério São João Batista em Sousa.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Dione Diniz Oliveira Dias no Núcleo Habitacional II, Sousa-PB é a primeira escola estadual da Paraíba a inaugurar um sistema solar fotovoltaico interligado à rede elétrica. O projeto foi realizado em parceria com o Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa), o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, Misereor (entidade da Igreja Católica na Alemanha) e Cáritas Brasileira.

“Em Sousa existem hoje cerca de cem sistemas instalados. No Hotel Vò Ita, Posto Chabocão, Cemitério Parque Jardim da Paz, Farmácia Santo Antônio, Indústria de Sabão Novo Reino, Industria e Comercio de Sorvetes Flor de Lis Ltda, Pio Supermercado, Super Félix e residências”, informa o coordenador do Cersa, César Nóbrega.

De acordo com o jornalista, Mário Osava correspondente no Brasil da agência de notícias Inter Press Service (IPS) e membro de conselhos ou assembleia de sócios de várias organizações não governamentais, como o Ibase, o Instituto Fazer Brasil e a Agência de Notícias dos Direitos da Criança (ANDI), a cidade de Sousa já se destaca neste seguimento e já pode ser considerada uma espécie de capital da energia solar por conta das iniciativas pioneiras que vem sendo desenvolvidas na região “a gente já pode chamar Sousa de capital, porque proporcionalmente o que já existe aqui de energia solar, é mais do que existe nas capitais que tem populações de milhões, enquanto aqui é de apenas 80 mil pessoas” ressaltou Mário Osava.

O jornalista chama atenção para uma realidade que já acontece em Sousa, no que diz respeito à existência de cinco empresas que executam e montam projetos com instalação de várias placas “fotovoltaicas” em vários estabelecimentos da cidade “aqui já há projetos que demonstram a eficiência da energia solar e as transformações que isso pode provocar”, disse Mário Osava.

Para que a questão energética se torne sustentável, é imperioso que seus problemas sejam discutidos de forma ampla, incluindo não somente a gestão, o desenvolvimento e a adoção de inovações tecnológicas, mas também promovendo mudanças quanto ao comportamento da sociedade.

Diário do Sertão

 

 

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