No município de Sousa, a disputa de 2018 será novamente polarizada entre os grupos do prefeito Fábio Tyrone (PSB) e do ex-prefeito da cidade, André Gadelha (MDB). Cobiçada por todos os pré-candidatos a governador, a ‘cidade sorriso’, como é conhecida, é estratégica para os postulantes que querem lograr êxito na eleição estadual que se avizinha, por isso as lideranças locais já se articulam para ajudar a eleger os seus ungidos.
O atual prefeito do município foi eleito pela primeira vez em 2008, e reeleito em 2016 com 52,93% dos votos válidos, numa disputa apertada contra André Gadelha (MDB), que obteve 47,07% da votação válida. A disputa desenhada naquele ano deve influenciar o pleito estadual de 2018, não só na cidade, mas também na região imediata na qual está inserido o município.
Na Câmara Municipal, o grupo governista detém 10 vereadores e a oposição conta com 5 parlamentares. Como na maioria das cidades, o legislativo de Sousa vive sob constantes articulações políticas. No final do ano passado, a vereadora Bruna Veras, que apoiava o prefeito, passou a integrar a bancada de oposição. Fazendo o caminho inverso, o vereador José Rodolfo saiu da oposição e agora apoia a base do prefeito.
Duelo em 2018
O atual prefeito monta o palanque de João Azevedo (PSB) em Sousa. Ele deverá votar, também, no deputado Lindolfo Pires (PROS) e em Wilson Santiago (PTB) para vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, respectivamente. No tocante ao senado, Tyrone deverá seguir com Veneziano Vital do Rego e Luiz Couto.
Já o ex-prefeito André Gadelha vai marchar junto com o deputado estadual Renato Gadelha, que é seu tio, e com Leo Gadelha (PSC), primo, para deputado federal. Recentemente, o prefeito declarou à imprensa que, apesar de estar no MDB, seguiu a orientação do PSC ao decidir quem apoiar para o Governo do Estado. Ele também vai votar no senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e Daniella Ribeiro.
O ex-prefeito de Sousa André Gadelha, declarou ao Jornalista Marcone Ferreira na Capital que desfiliará “do MDB no momento em que o PSC anunciar apoio a pré-candidatura de Lucélio”.
Os resultados acirrados das últimas eleições em Sousa denunciam que o pleito de outubro na cidade será uma verdadeira ‘batalha de dinossauros’. Os grupos políticos locais deverão se esforçar ao máximo para conseguir a maioria dos votos, pois o resultado de apenas uma cidade pode ser decisivo para a derrota ou para a vitória no contexto estadual.
Contextualizando
A polarização política na cidade de Sousa, hoje, acontece entre o prefeito Fábio Tyrone, considerado uma liderança mais contemporânea, e a Família Gadelha, clã tradicional do município e que domina a política na cidade há bastante tempo.
Nas décadas passadas, a disputa acontecera entre a família Gadelha e outros clãs políticos tradicionais, como os Pires de Sá e os Abrantes. Um dos maiores rivais do clã Gadelha foi Antônio Mariz. Ele iniciou a carreira política em Sousa, quando derrotou sucessivas vezes a família Gadelha. Após várias batalhas eleitorais, as duas famílias se uniram, e no ano de 1968, os dois grupos ajudaram a eleger Antônio Mariz governador.
Outra curiosidade, é que Sousa é a cidade natal do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. Ele é descendente da família Pires de Sá, que por muitos anos influenciou a política local. As ligações entre o prefeito da capital e a cidade sertaneja perduram até hoje. A vereadora sousense Bruna Veras (PROS) é sobrinha dos irmãos Cartaxos.
Dados
A cidade de Sousa está situada no sertão da Paraíba, a aproximadamente 438 quilômetros da capital João Pessoa. A economia da cidade é sustentada pelo setor de serviços, mas também se destaca pela produção de coco e pela indústria local.
A cidade é nacionalmente conhecida porque nela está localizado o “Vale dos Dinossauros”, um dos mais importantes sítios paleontológicos do país, onde se encontram pegadas fossilizadas de dinossauros. Exatamente por isso, Sousa é também conhecida como “a cidade dos dinossauros”.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade conta com pouco mais de 69 mil habitantes. Na eleição de 2016, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontavam que Sousa possuía 43.561 cidadãos aptos a votar.
MAIS DESDOBRAMENTOS
Recentemente Tyrone, considerou “histórica e marcante” para seu Governo, ao receber oficialmente adesão do Vereador, Denis Formiga (MDB), e do ex-vereador, Dário Formiga em audiência no seu Gabinete.
– Depois do 10 de julho com profusão de entregas de obras e eventos, eu recebo aqui Denis, amigo meu amigo de infância, grande político sousense que já presidiu o Poder Legislativo no meu primeiro mandato. Eu sempre tive uma boa relação com Denis, frisou.
Sobre o ex-vereador Dário Formiga, o prefeito Tyrone historiou o seu perfil como ex-presidente da Câmara, ex-gerente do Município, ex-secretário de obras, ex-chefe de gabinete, e “a gente tem a felicidade, alegria de receber o apoio de Dário, e Denis que só vêm engradecer nosso Governo”, relatou.
Fábio Tyrone admirou a postura adota pelas lideranças políticas que chegam no seu gabinete não para pedir para si, mas para sua gente, seu povo.
– Vieram aqui pedir pelos Bairros, pelas comunidades, pedir para que nós aumentássemos o ritmo de trabalho, querem participar deste governo nosso operoso. Eu os recebo com muito carinho, de modo muito especial, comentou.
Tyrone também ressaltou que a sua bancada na Câmara de Vereadores passa a ter neste instante 10 Vereadores, o que forma 1/3 do Legislativo. “Eu assumo aqui o compromisso de trabalhar mais ainda para respeitar e para orgulhar esse apoio tão fundamental para nossa causa, trajetória nossa que é o apoio de Denis, Dário, e seu Grupo político”, completou.
O que disse Dário
– Minha história, Sousa conhece. Já foi secretário de infraestrutura por duas vezes, chefe de Gabinete, Gerente da Cidade, Secretário de administração. Tenho a experiência. Sousa me conhece, os Bairros me conhecem. Como secretário, eu calcei muitas ruas. Hoje eu estou aqui me oferecendo ao Prefeito Tyrone. Quero trabalhar. Quero fazer alguma coisa pelos meus Bairros. Se o prefeito autorizar, eu estou pronto para trabalhar.
– Aliás, eu já vi muita gente chamar Tyrone de doido; por quê? Aonde esse doido arranja tanto dinheiro par fazer tanta obra? Portanto, eu o admiro bastante a loucura dele, por quer sempre dá resultado para o povo.
O que disse Denis
– Um político um dia por sua vez ele tem que tomar uma decisão. Eu tomei uma decisão quando eu deixei um Grupo político quando já não dava mais para continuar com esse Grupo político, fiquei neutro na Câmara. Vi a demanda, a necessidade dos Bairros, principalmente aonde eu convivo todos os dias. Essas pessoas me procuram muito, e eu não estava conseguindo manter o equilíbrio político que a gente podesse dá, e oferecer a essas pessoas, principalmente na área de saúde. Aqui eu venho dá meu apoio. Quero dizer a todos que aqui é um apoio político que eu quero trabalhar com o Governo Fábio Tyrone, quero voltar a dá assistência ao meu povo, aquelas pessoas que me procuram, resumiu, frisando que ficou desassistido pelo Grupo Gadelha um ano e meio.
Fez seu 1º discurso como situacionista.
Relatou que não foi fácil tomar a decisão de fazer parte do Grupo do Prefeito Fábio Tyrone, mas fez “com muita responsabilidade, com cuidado para que essa minha decisão não prejudicasse aos meus eleitores, as pessoas que me admiram, a minha família, e a minha vida política que eu quero continuar por muitos anos”.
O ex-presidente da Câmara Denis também falou que ao usar a Tribuna veio se despedir com todo respeito dos colegas que atuam na bancada de oposição.
– Espero que essa despedida seja somente a questão de situação e oposição. Quero dizer aos vereadores da oposição que jamais eu vou criar argumentos para que as nossas amizades sejam afetadas, alertou.
Denis ainda almejou que a “Casa” venha discutir durante o período ordinário, matérias de forma legal, e responsável.
O Prefeito estava presente à solenidade, e ouviu do vereador Denis o pedido e anseio de que as matérias do executivo enviadas ao legislativo sejam todas dentro dos prazos legais, e não de última hora com em épocas anteriores.
– Ocorreram com governos anteriores. Fábio muitas vezes mandando matérias de última hora. Tenho isso como uma falta de desrespeito a essa “Casa”, não só aos Vereadores, completou.
O vereador Denis pertencia ao Grupo Político liderado pelo ex-prefeito de Sousa, André Gadelha.
Denis por sinal já participa das reuniões ao lado do presidente do Poder Legislativo Sousense, Aldeone Abrantes que enumerou o encontro de como Unidade, Trabalho e Planejamento. Tudo por uma Sousa Melhor.
DEPUTADOS
A cidade de Sousa tem três candidatos a deputado estadual que disputarão as eleições de outubro próximo, são eles: o atual deputado Lindolfo Pires (Podemos), Renato Gadelha (PSC), também deputado e o médico José Célio (PPS).
Lindolfo Pires está no 6º mandato de deputado e este ano entra na disputa em busca de conquistar o 7º mandato eletivo. Ele foi secretário de estado por mais de três no Governo de Ricardo Coutinho (PSB), mantém alianças em várias cidades paraibanas, mas seu principal reduto eleitoral é na cidade de Sousa. Nas eleições de 2014, o deputado conseguiu 33.717 votos. Ele também é aliado do prefeito de Sousa, Fábio Tyrone (PSB).
Lindolfo disputará o 7º mandato de deputado
Primo de Lindolfo, Renato Gadelha está no seu 1º mandato de deputado e este ano luta para chegar ao 2º mandato. Ele foi secretário de Infraestrura no Governo de José Maranhão (MDB) e tem o apoio do também primo, o ex-prefeito André Gadelha (MDB). Seu maior reduto também é na cidade de Sousa. Ele conseguiu 26.594 votos nas eleições de 2014.
Renato Gadelha disputará 2º mandato de deputado
Zé Célio não teve ainda nenhum mandado eletivo. O médico foi candidato a prefeito de Sousa, mas não obteve êxito. Foi vice-prefeito de André Gadelha e secretário Municipal de Saúde. Homem muito respeitado na cidade, Zé Célio vai em busca de conquistar sua primeira vitória nas urnas.
Zé Célio disputará seu primeiro mandato de deputado
Ex-vice-prefeito de Sousa, José Célio acha que está na hora do eleitor dar um basta na política tradicional e optar por lideranças alternativas.
Polêmica Paraíba
