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Clinton Medeiros

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Cãozinho emociona tutor em visita a hospital que está há meses

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Cãozinho emociona tutor em visita a hospital que está há meses

Internado no Hospital Geral de Roraima há quatro meses, o pedreiro Márcio Pereira, de 52 anos, recebeu a visita do cachorro de estimação, o vira-lata Barney. O paciente, que sofre com esclerose lateral amiotrófica, a ELA, não consegue se comunicar, chorou de felicidade ao reencontrar o companheiro.

A ELA é uma doença degenerativa que faz com que o paciente perca, aos poucos, os movimentos do corpo. Mas a mente continua ativa. É o caso do Márcio. Ele se comunica com a família somente piscando os olhos.

A ideia de levar Barney o hospital surgiu quando Márcio indicou que queria saber sobre o cão.

“Um dia a gente percebeu que ele estava perguntando sobre alguém, mas a gente dizia vários nomes, mas ele dizia que não. Aí eu lembrei do Barney e era dele que ele queria saber”, contou Francisca Silva, de 61 anos, esposa do paciente.

Para ter certeza que era do cachorro que Márcio estava se referindo, a filha dele fez um vídeo do animal e eles mostraram o pedreiro. “Ele chorou quando viu o vídeo” e depois pediu para ver ele.

Depois do pedido, a equipe multidisciplinar do hospital, chamada de Multi-T, planejou o reencontro que ocorreu no jardim do hospital.

A reação de Márcio ao ver Barney não poderia ter sido outra: ele chorava e sorria ao mesmo tempo.

“Como a gente sabe que a limitação dele é permanente, precisamos ofertar a uma boa qualidade de vida, algo que garanta bem-estar. Esse reencontro sem dúvida foi tudo isso. Notamos toda a satisfação dele em ver o cachorro”, disse Carolina, que acompanhou a visita de Barney ao paciente no hospital.

A equipe Multi-T é formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo e assistente social e foi criada para proporcionar atendimentos diferenciados aos pacientes.

Antes de autorizar a entrada no cão, a equipe verificou todas as questões relacionadas a vacinação e higiene do hospital. Esta foi a primeira vez que um animal visitou alguém internado no HGR.

O resultado foi tão positivo que a direção planeja usar como método de tratamento, conforme conta o médico Patrick Araújo, coordenador do Grande Trauma do hospital, setor onde Márcio está internado.

Araújo acompanha a rotina de Márcio no hospital. Segundo ele, é um paciente com quadro clínico quadro estável, sem infecção, pressão arterial normal, sem febre e não necessita do uso de antibióticos. Porém, depende do ventilador mecânico para respirar e por esse motivo, não pode deixar o hospital e isso fez com que ele também apresentasse início de depressão.

“Ele ouve tudo, porém não se move, não interage, mas está acordado. Com esse quadro de depressão nós decidimos fazer alguma coisa pelo seu Márcio, o que resultou na vinda do animal”, disse.

Márico foi diagnosticado com a doença há três anos. Na época ele e a família moravam em Amajarí, ao Norte do estado, mas conforme os sintomas foram avançando e o corpo dele começou a paralisar, eles tiveram de se mudar para Boa Vista.

“Ele começou a perder a força nas mãos. Me dizia que não aguentava mais dirigir a bicicleta e isso foi tomando conta do corpo dele inteiro. Ele ficou de cama por dois anos sem se movimentar. Só comia líquidos”, lembrou a esposa, comentando que o quadro agravou em dezembro do ano passado, quando sofreu uma convulsão e foi para o hospital.

Ela contou que Márcio sempre gostou de animais e desde que Barney chegou a família, há um ano, o cão se tornou o ‘xodó’ do marido.

“Meu marido é muito apegado ao cachorro. Minha filha ganhou ele quando era pequeno e nesse tempo todo ele fazia companhia para o meu esposo. Passava o dia na cama com ele, até dormiam juntos”, lembra a esposa.

Para ela, que acompanhou o reencontro do esposo com o amigo pet no hospital, foi uma alegria para a família e momento de satisfação.

É provável que em breve Braney faça uma nova visita a Márico no hospital.

“É muito importante trazer essa vivência que ele tinha em casa para dentro do hospital. Possibilitar esse reencontro contribuiu positivamente para o paciente e foi também uma forma de amenizar o sofrimento dele”, resumiu a assistente social Maria Shirley Fernandes, que acompanha o tratamento do paciente no HGR.

G1

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